sábado, 1 de outubro de 2011

O ANIVERSÁRIO DE ALICE

Era uma vez uma jovem chamada Alice. Alguém muito triste, que não tinha amigos e se achava inferior aos outros. Vivia sozinha. As pessoas ao seu redor até a notavam, mas ninguém tentava ajudá-la. Apenas diziam: “Ela está assim porque quer, deve ser feliz”. E Alice ficava cada vez mais deprimida.
No seu aniversário, seu pai resolveu lhe dar um presente. Embrulhou-o em papel muito colorido e o entregou à filha. Alice se entusiasmou ao abri-lo: dentro da caixa havia uma grande porção de ALEGRIA! Por um momento sorriu. E entendeu que um sorriso cativa as pessoas. Assim, conquistou alguns amigos. Mas ainda faltava alguma coisa.
Alice tinha um parente distante muito querido. Ele era muito rico e lhe enviou de aniversário um embrulho muito elegante, enfeitado com fios de ouro. Dentro dele continha RIQUEZA, muitas joias e pedras preciosas. Aquilo fez brilhar seus olhos por alguns breves momentos. Contudo não a fazia feliz.
Seu terceiro presente foi dado por sua irmã mais velha. Uma caixa pesada contendo CORAGEM. Alice, ao tê-la em suas mãos, sentiu-se fortalecida. Teve ânimo para compreender seus erros e lutar para conquistar seus objetivos. Mas, mesmo assim, sentia-se só para enfrentar tantos desafios, e não estava feliz.
Quando ela pensou terem acabado os presentes, sua mãe lhe trouxe uma caixinha muito simples, mas que continha o maior presente de todos: o AMOR. Alice ficou muito contente, e achou que sua vida iria mudar a partir daquele momento. Porém, sua mãe a alertou:
― Ainda não chegou o dia de utilizar esse presente, minha filha. Mas não se preocupe, você saberá quando for a hora certa.
Alice via pessoas amando e felizes e já estava ansiosa para usufruir de tamanha maravilha. Ela tinha o amor de sua família, de alguns poucos amigos, conquistados com aquele sorriso que havia aprendido a dar. Todavia, algo nela ainda estava incompleto, e seu último presente de aniversário demorou um tempo até ser aberto. Ela até chegou a pensar que nunca o abriria.
Até que um dia, sem nada planejado, alguém apareceu e quis fazer parte da vida de Alice. Esse alguém lhe dava carinho, atenção, era companheiro, e seria capaz de tudo para fazê-la feliz. Foi quando ela se lembrou do presente que havia ganhado da mãe. Correu para abri-lo, queria logo começar a usar!
Ao abrir a caixa, viu que ela estava vazia.... Alice chorou incontroladamente...
Sua mãe, tendo percebido o ocorrido, acalmou-a:
― Querida, não fique triste. Por que você chora? O amor que estava aí dentro da caixa já vive no seu coração.
Alice pensou naquilo que a mãe havia dito e descobriu a verdade: amava aquele rapaz que lhe mostrou o caminho da felicidade. Ela não se sentia mais sozinha. Estava, finalmente, feliz! Agora, enfim, poderia desfrutar inteiramente de todos os presentes recebidos, a ALEGRIA, a RIQUEZA dos momentos mais simples, a CORAGEM de viver... e o AMOR, tão esperado.
Logo a jovem correu ao encontro de seu amado. Pela primeira vez disse “eu te amo” a alguém. E como era bom amar...
Alice percebeu que não adiantava se sentir inferior aos outros. Não era feliz porque desconhecia que os mais belos sentimentos estavam dentro de si mesma.
Ela viu que não adianta roupas caras e anéis de brilhante, promessas falsas e palavras duvidosas. O amor não precisa disso. Entre duas pessoas que se amam, ele, por si só, já é suficiente.
Alice, então, pode viver feliz. Talvez não para sempre, talvez não diariamente. Mas, com certeza, da forma mais verdadeira possível.
Afinal, o amor não é nada demais... é apenas o ESSENCIAL à nossa felicidade.

Um comentário:

  1. Está guardando para a coletânea "Crônicas de nossas vidas"? Vou querer uma autografada pela mestre e doutora. Cheiro.

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