segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sonhos são estranhos...

Sonhar com pessoas e coisas que convivemos ou lembramos cotidianamente é comum e fácil de explicar. Mas sonhar com alguém de quem nem se lembra mais... é bem esquisito...
Ela tinha um namorado de quem gostava muito. O namoro era firme, sólido, com promessas de união duradoura: “até que a morte os separasse”, como se ouve por aí. Nada poderia abalar a paz daquele casal inseparável.
Até que um dia... ela sonhou que traía seu namorado com um amigo. Ela nem chegou a beijar o rapaz no sonho, mas sabia que já ali havia uma traição, pois só o fato de sentir o desejo de estar com o outro, de beijá-lo e tocá-lo já dava indícios de que a traição se consumaria, caso não acordasse...
Interessante que ela nunca sentira atração por aquele amigo. Nunca antes daquele sonho. Isso porque, desde então, começou a olhá-lo com outros olhos, os olhos de quem vê e enxerga muito mais do que um amigo, de quem vê algo que apenas corações loucos para amar conseguem enxergar.
O relacionamento sério, é claro, começou a se abalar. Não tinha como disfarçar o que aquele sonho despertara.
Você está tão estranha... fiz alguma coisa? dizia o namorado, já preocupado com o destino do casal.
Ela apenas tentava esconder o que não podia mais ser escondido: não conseguia mais parar de pensar no amigo. Mas como lidar com essa nova situação? E quem saberia?
Dormia ansiando sonhar com ele. Acordava triste por não ter realizado o desejo. Procurava vê-lo pelas ruas, e, quando o via, a barriga remexia por dentro. Tinha vontade de jogar tudo para o alto e correr atrás dessa novidade, sem pensar nas consequências... mas, cadê a coragem?  
Com o tempo, o sonho foi adormecendo novamente, as lembranças daquele quase beijo se esvaneceram. O namoro voltou às boas. Tudo se normalizou. Quase tudo, melhor dizendo.
De vez em quando ela ainda vai deitar pensando em como seria se tivesse realizado aquele sonho...
Nunca teve coragem de mudar sua rotina para atender aos desvarios de seu coração. Nunca poderia imaginar o quanto aquele sonho mexeu consigo. Nunca deu um passo para o incerto...
Hoje, não sabe dizer se foi vantagem ou não resistir à manifestação do inconsciente. As dúvidas acerca de sua vida permanecem. Ela optou pela segurança conhecida.
No futuro, quem sabe, se arrependa de não ter tentado. Mas... quem trocaria o garantido por um sonho, se os sonhos são tão estranhos? 

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